21 de jul. de 2010

Seminário "Arte, Invenção e Experiências Formativas"

O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura recebe inscrições para o seminário “Arte, Invenção e Experiências Formativas”, que será realizado de 3 a 7 de agosto, das 8h às 17h30, no Teatro Dragão do Mar.


Por meio do seminário, o Dragão do Mar Educativo amplia suas ações de formação em arte e cultura com a implantação do Núcleo de Formação. Esse núcleo vai realizar nove seminários críticos até dezembro, abarcando diferentes linguagens artísticas: fotografia, música, audiovisual, teatro, dança, literatura e artes visuais.

Entre os nomes confirmados para participar em agosto do seminário “Arte, Invenção e Experiências Formativas citamos Suely Rolnik (SP), Miguel Chikaoka (PA), José Fernando Peixoto (SP), Beatriz Cerbino (RJ), Tiago Gomes (RJ), Lúcia Matos (BA), Raul Antelo (SC), Ricardo Aleixo (MG), Henry Burnett (SP), Claudia Saldanha (RJ) e Ana Maria Tavares (RJ).
O seminário conta ainda com a participação de nomes do Ceará como Daniel Lins, Beatriz Furtado, Rosa Primo, Gil Brandão, Silas de Paula, Paulo Amoreira, Gilberto Machado, Carlos Velazquez, Fernanda Coutinho e Elvis Matos.


Em breve programação completa em www.dragaodomar.org.br

Informações: (85) 3254.6676.

3 de jul. de 2010

Abajur no Dragão

A peça "O Abajur Lilás", encenada pelo grupo Imagens de Teatro está em nova temporada. Agora no Chopp do Bixiga, no Dragão do Mar. O espaço combina com o cenário de cabaré-boite, e o público ocupa as próprias mesas do bar


Universo marginal, realidade tão próxima mas que passa despercebida. Ali mesmo, de cara com o comércio ilegal e a prostituição no centro da cidade. Nesse compasso, o de retratar o "submundo", o grupo Imagens de Teatro encena há quase um ano a peça "O Abajur Lilás", escrita pelo dramaturgo Plínio Marcos.

"Estamos buscando outras possibilidades de teatro em novos espaços", explica o diretor da peça, Edson Cândido. Desta vez, em nova temporada, o espetáculo acontece no Chopp do Bixiga, no Dragão do Mar. Lá, a apresentação passa por vários ambientes, incluindo a comprida escada que leva ao andar superior. A música fica por conta da Galega dos Teclados. "Só o que não pode faltar mesmo é o ator". No caso, 12.

O cenário não poderia ser melhor. "Tem tudo a ver com a nossa proposta de cabaré- boite. O Dragão tem muitos espaços legais que pouca gente conhece. Das outras vezes, nos apresentamos sempre em teatros. Esse espaço é totalmente propício à peça", acredita.

A certeza vem da experiência durante apresentação neste ano em São Luís, onde o grupo também se apresentou em boite. Sobre a reação do público, o diretor confessa: "Muita gente se assusta porque é um texto muito denso. Mas recebemos muitos elogios. Acho que o público aceitou, acatou legal".

De toda forma, é a interação com a plateia que faz de cada nova noite uma apresentação diferente. "O espetáculo responde o que o público dá".

No Bixiga, alguns atrativos para quem for assistir à peça. Na compra do ingresso, um chopp de graça. "Também tem o kit com farofa e cachaça e um desfile de lingerie", antecipa.

"Abajur" faz parte do projeto de trilogia planejado pelo grupo. Em setembro, prometem apresentação de "Barrela" no Sesc Senac Iracema. "Já recebemos inclusive o convite para apresentá-la em Goiânia". Em janeiro, é a vez de "Navalha na carne", no Passeio Público.

Segundo Cândido, para a montagem de "Abajur" o grupo percorreu os inferninhos da cidade durante um ano. No II Festival Nacional de Teatro de Goiânia, a peça recebeu cinco prêmios nas categorias melhor espetáculo, ator, atriz, atriz coadjuvante e direção.

O Imagens prepara também a volta de "Dr. Qorpo", que permaneceu em cartaz por oito anos, de acordo com Cândido. "Ganhamos mais de 15 prêmios a nível nacional. Muita gente não viu e a gente resolveu voltar".

Fique por dentro
Submundo em cena
A PEÇA encenada pelo grupo Imagens de Teatro já passou pelo entorno do Theatro José de Alencar, pelo Sesc Senac Iracema e pelo centro de Guaramiranga. O cenário é um bordel em frente a um bar chamado "O Leite da Mulher Amada". Luzes vermelhas, música de cabaré, cantada ao vivo, palavras sujas, cheiro de bebida e cigarro, tudo se une para compor o clima. No fundo, um quarto na penumbra, onde acontecem os programas e tramas. Durante o espetáculo, não existe distanciamento entre ator e público. No Bixiga, a apresentação pretende provocar inquietação entre os frequentadores, que se sentarão nas próprias mesas e cadeiras do bar.

MAIS INFORMAÇÕES:
O Abajur Lilás. Sábados de julho, às 20h, no Chopp do Bixiga.
Entrada: R$10 e R$20. Telefones: 3219.7690. Censura: 18 anos

SÍRIA MAPURUNGA
REPÓRTER

2 de jul. de 2010

Unidos pelos versos - Poesia Popular

A trajetória do cordel e informações sobre o maquinário utilizado na impressão serão conhecidos pelo público  ELIZÂNGELA SANTOS

Com a presença de Lirinha e do cordelista Azulão, será aberta hoje a exposição "Caminhos do cordel", resultado de parceria do Sesc com o Fonds Raymond Cantel e a Universidade de Poitiers, na França

Um pedido de um cordelista cearense a Raymond Cantel, reconhecido como um dos maiores pesquisadores na área: "Traga a França para os meus versos e leve meus versos para a França". A saudação, que aconteceu na década de 70 durante a passagem de Cantel pelo nordeste brasileiro, dá nome à exposição "Caminhos do Cordel" que tem abertura hoje, no Sesc Senac Iracema, e enfoca a trajetória do gênero literário. Itinerante, a mostra já passou por Juazeiro do Norte, berço tradicional da poesia popular no Ceará.

Além da exposição, haverá oficinas, música, exibição de filmes e manifestações relacionadas à literatura de cordel. Hoje, o evento contará com as presenças dos cordelistas Bule Bule, Azulão e do poeta cearense Zé Maria. Lirinha (ex-integrante do Cordel do Fogo Encantado) e o Maracatu Az de Ouro também se apresentam, além da Orquestra do Grupo Pão de Açúcar.

Durante o passeio, é possível conhecer a origem do cordel, o momento no qual os folhetos passam a ser vendidos nas feiras populares, pendurados em barbantes, e o maquinário para a impressão dos "romances". O público terá acesso a quadros com xilógrafos famosos - retratando inclusive a importância da mulher no universo da poesia popular.

Convênio
Resultado da parceria com Fonds Raymond Cantel (França) e a Universidade de Poitiers (França), através do Ministério da Cultura Brasileiro, a exposição tem a curadoria de Ria Lemaire, Professora Emérita da Universidade de Poitiers (França), e de Dane de Jade, gerente de cultura do Sesc. Recebe a expografia de Clóvis Arruda e a trilha sonora de Patrícia Palumbo.

A Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra firmará, durante a solenidade de abertura, um convênio com o Sesc. O objetivo da parceria é oferecer formação ao corpo técnico da entidade e estágios para os alunos da Universidade.

"A exposição oferece uma ocasião especial para apresentar ao público brasileiro os diferentes aspectos das relações intensas de diálogo, intercâmbio e enriquecimento recíproco entre poetas e gravadores com a Europa", explica Dane de Jade. "O processo criativo de uma xilogravura será exemplificado passo a passo, mostrando das ferramentas até a prensa, também presente na exposição, passando por uma grande mostra de matrizes e xilogravuras de vários artistas nordestinos. Nomes como João Pedro do Juazeiro e Stênio Diniz, além dos pernambucanos Borges e José Miguel", exemplifica a gerente de Cultura do Sesc Ceará .

De acordo com Clóvis Arruda, o projeto nasceu em 2005, durante as comemorações do Ano do Brasil na França, com o trabalho "Vida ou Verso", de São Paulo. Na ocasião, o poeta Stênio Diniz lançou o folheto "Aventuras em Paris".

Quatro exposições foram realizadas na França durante o período. A linguagem utilizada lá se repete aqui, porém com um teor mais didático, destinado inclusive às crianças. Há dois anos, esse formato, adaptável aos espaços e às mostras itinerantes, facilita a compreensão e a interação do público.

Cordel e cantoria
Além de Lirinha, do Maracatu Az de Ouro e da Orquestra do Pão de Açúcar, fazem apresentações Bule Bule e o grupo Pajé Arte, que ao lado do Mestre Azulão e do poeta Zé Maria mostram a força da poesia popular.

"O repente já é o preparo do repentista". Assim Azulão responde sobre a apresentação de hoje em Fortaleza. Paraibano de 78 anos (mora há varias décadas no Rio), vem especialmente para a abertura da exposição, vender seus livros e declamar sua poesia. "Tenho uma banquinha aqui na badalada Feira de São Cristóvão, onde vem muito pesquisador. Tá na moda esse negócio de fazer leitura sobre a história do cordel no Nordeste e aqui tá pegando. A popularidade gosta de imitar", brinca.

Orgulhoso de ser um dos únicos cantadores que ainda hoje fazem o chamado "ponteio de viola", com a utilização do instrumento de 10 ou 12 cordas, Azulão promete cantar e declamar cordéis de sua autoria. "Não se faz mais isso hoje. Eles costumam usar a viola de sete cordas". Na hora de vender seu peixe, leva na brincadeira: "Vou levando uns 20 livros de dois, três, quatro reais, no máximo, se alguém quiser comprar", cai na gargalhada.

No Ceará, Azulão diz que já esteve em Russas, Quixadá e Fortaleza, por onde passou há um ano. "Estive na companhia de Klévisson Viana. Ele é um grande poeta", elogia.

Já o poeta cearense Zé Maria vai cantar o cordel de autoria de Leandro Gomes de Barros, intitulado "Meia-noite no cabaré". "Ele é o papa da literatura de cordel. Li pela primeira vez esse texto quando tinha 15 anos, numa farmácia, no Maranhão. Lembro como se fosse hoje. Na época, eu não tinha como tirar xerox. Só fui ter contato de novo anos depois. Nunca havia me apresentado com ele, tô lendo para me preparar e fazer o papel do Leandro". (SM)

Programação
18h: Apresentação do Maracatu Az de Ouro (Cortejo no Dragão do Mar)
18h30: Apresentação da Orquestra do Grupo Pão de Açúcar
20h: Assinatura do convênio entre o SESC e a Universidade de Coimbra
20h10: Apresentação do poeta cearense Zé Maria e do cordelista Lirinha
21h: Coquetel de abertura da exposição

MAIS INFORMAÇÕES:
Exposição "Caminhos do cordel". Abertura hoje, a partir das 18hs, no Sesc Senac Iracema (Rua Boris 90, Praia de Iracema). A exposição segue até 31 de agosto, sempre das 8h às 22h. Entrada franca.

SÍRIA MAPURUNGA
REPÓRTER